
Anda em mim, soturnamente,
Uma tristeza ociosa,
Sem objetivo, latente,
Vaga, indecisa, medrosa.
Como ave Torva sem rumo e,
Ondula, vagueia, oscila
E sobe em nuvens de fumo
E na minh'alma se asila.
Uma tristeza que eu mudo,
Fico meditando
E meditando, por tudo
E toda sonhando em uma parte.
Tristeza de não sei onde,
De não sei como nem quando ...
Flor mortal, que dentro esconde
Sementes de um mago pomo.
Certa tristeza indizível,
Abstrata, como se fosse
A grande alma do Sensível
Magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
Abismo, mistério aflito,
Torturante, formidável ...
Ah! Tristeza do Infinito!