EGO sum res quis custodis nox noctis & is peto decor dimidium atrum

Em Manutenção

sábado, 12 de setembro de 2009

Canção do Meu Exílio


Minha terra não tem palmeiras,
Nem canta o maldito sabiá
As aves aqui não gorjeiam,
Pois ganem as vozes que tento calar
Minha terra não tem bosques,
È feita de uma só cor
Nela, transcorre um fio de vida
Estreito demais para abrigar o amor
As flores nascem fedorentas,
Do solo da minha terra morta
Mas nascem cheios de ira os espinhos
E minha carne em ódio se corta
Meus olhos arregalados vagam sozinhos
A procurar criaturas nojentas
Como eu, que venham a vagar,
Por meu vasto e vazio império,
Venham me espreitar
No meu cemitério,
O submundo da minha mente,
A claridade por aqui não passa
Pois em meu negro coração é ausente
E nada o fará bater, faça o que se faça
Pois em meu antro, a vida é uma especiaria
E um tesouro é a sanidade
Servida está, em todo o canto, a agonia
Os lagos são podres e salgados
Pois são feitos de lágrimas de saudade,
Sonhos, amores que morreram afogados
A infância, estrondoso relâmpago,
A inocência que ainda não conheci,
Passou rápido, mudo feito um afago
Quando tentei reencontrar foi quando morri...

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